Irmãs Bernardinas em Dom Feliciano  

Mês do Patrimônio Cultural Irmãs Bernardinas em Dom Feliciano Descrição: Irmã Aloísia Casemira Cach, nascida na Paróquia de Santo Estevão, em Cracóvia, recebeu o hábito das irmãs Bernardinas no convento de Cracóvia em 1904, era superiora no convento de Lowicz, arquidiocese de Varsóvia. Irmã Rosa Antonina Hutnik era sua assistente. Neste tempo chegou ao convento um periódico publicado, na época, pelos padres Salesianos, com veemente apelo solicitando irmãs para trabalhar em paróquias polonesas nas Américas.Imediatamente Irmã Casemira estabeleceu uma correspondência com o Padre Constantino Zajkowski, então pároco em São Feliciano.Em dois anos os trâmites haviam sido completados e cinco irmãs deixaram a Polônia para iniciar a missão em terras brasileiras. Irmãs Aloísia Cach, Irmã Rosa Hutnik, provenientes de mosteiro de Lowicz e as irmãs Gerarda Chorzepa, Ludwika Grewa Dawcha, voluntárias do convento de Kola.As cinco primeiras Bernardinas chagaram a Dom Feliciano em 28 de agosto de 1929, num caminhão do Ludovico Janovik, que foi busca-las em Porto Alegre.A chegada foi um acontecimento especial. Aí estavam os imigrantes que haviam deixado à Velha Pátria e viam concretizados seus sonhos de educação e catequese para seus filhos e netos. E muitos nunca tinham visto uma religiosa.No ano de 1931 mais um grupo de irmãs deslocou-se para reforçar o trabalho: Irmã Yolanda Czaplinska, de Zakliczyn, Irmã Tereza Wojcikowna e Jaduviza Kobielowa, do Convento de Cracóvia e uma Postulante do Convento de Lowucz, Franciscana Podowjcik (futuramente Irmã Gertrudes).Irmã Yolanda, depois de ter sido por vários anos mestra de Noviças, na Polônia, desempenhou importante papel na missão brasileira.Ao chegar, as irmãs contaram logo com o apoio de Padre Constabntino Zajkowski, e de sua irmã Maria Kulczynski, com o esposo Franscisco Kulczynski que, juntamente com outra professora, lecionavam na Escola Paroquial e auxiliaram as Irmãs a se adaptarem à nova terra e ao novo idioma.Em 1934 o Padre Constantino foi transferido para Rio Grande: pouco tempo depois sua irmã faleceu e o esposo dela mudou-se para Encruzilhada. A responsabilidade total da escola recaiu sobre as irmãs.Ao chegar a Dom Feliciano, as irmãs receberam como moradia uma casa de família, na Rua Cândido Godoy, onde permaneceram por seis anos. Uma parte desta residência era destinada a um pequeno hospital, onde eram prestados os serviços mais urgentes aos doentes ali internados.Temos alguns relatos interessantes desta época no diário de irmã Yolanda Czaplinska:?Cinco de dezembro de 1931: a nossa comunidade deve cuidar dos doentes. Trouxeram-nos uma mulher muito doente, para ser tratada em nossa casa. Não tanto para demonstrar nossas habilidades, mas estimuladas pela caridade cristã, ajudadas pela graça de Deus e com a ajuda de um médico, as irmãs cuidaram da mulher muito doente. Depois de três semanas, ela voltou a sua família completamente restabelecida.?Mas, não era só ao cuidado da saúde que as irmãs se dedicavam. Isto nos prova este outro trecho do diário de irmã Yolanda:?22 de junho de 1932: às sete da manhã, uma criança de dois anos foi deixada próxima de nossa porta. As irmãs e as internas cuidaram da criança. Notifiquemos às autoridades competentes. Uma amiga nossa, não tendo filhos, ofereceu-se para adotar a criança.Portanto, já nestes primeiros anos, as irmãs contavam com as internas e cuidavam de crianças abandonadas.No dia nove de novembro de 1934, as Irmãs compareceram ao cartório para registrar a fundação da Sociedade Educativa e Caritativa de São Francisco de Assis, com sede na quadra nº 45 do povoado.Portanto, as irmãs, neste tempo, já estavam dedicadas a educação, à saúde, ao cuidado das internas e a outras obras de caridade.Entretanto, as acomodações das irmãs eram tão precárias que o próprio arcebispo de Porto Alegre, Dom João Becker, em sua visita pastoral, proibiu as irmãs de receber outras irmãs da Polônia ou novas vocações sem antes construírem um local que lhes permitissem residir e cuidar dos doentes com dignidade. Irmã Yolanda, sem condições de iniciar a construção, resolveu apelar para as irmãs Bernardinas dos Estados Unidos. Abria-se sim a porta a vinda das Bernardinas norte-americanas para o Brasil.Em 1936, irmã Yolanda escreveu uma carta para a madre Ângela, superiora das irmãs Bernardinas nos Estados Unidos. Nesta carta ela pedia uma doação para a construção da nova casa, ou um empréstimo a juros baixos, prometendo depois pagar a inteiramente a dívida.Desta carta, cheia de confiança fraterna, humilde e fé, retiramos este trecho:?… O convento onde atualmente moramos está em mau estado e é bastante difícil acomodar as irmãs e várias internas. Este lugar é pobre (até nosso pai São Francisco não teve um lugar mais pobre) … Nós estamos satisfeitas em morar nele, mas, como mencionei, o Reverendo Arcebispo decidiu que não é adequado. As pessoas aqui são poloneses pobres, com famílias numerosas que trabalham muito e ganham pouco para viver… neste momento de necessidade, humildemente pedimos a ajuda da reverenda madre e de toda a comunidade.?Como resposta à carta, dos Estados Unidos veio à ajuda financeira. Mais do que isso ? vieram irmãs, jovens e preparadas para reforçar o grupo, e ainda, mais tarde, a possibilidade de este grupo, aqui sozinho e tão longe da Pátria, unir-se juridicamente à Congregação Bernardina dos Estados Unidos. Os caminhos se encontram … E a missão entra em nova fase. Créditos: Acervo Casa da Cultura do Imigrante 

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