Ativistas pelas mulheres querem participação de escolas e jovens

Dois homens fizeram a abertura das atividades da Semana da Mulher em Dom Feliciano- o prefeito em exercício, Régis Gornick, e o Secretário de Cidadania, Ação e Desenvolvimento Social, Fernando Couto.  HeForShe (Eles por Elas), conforme o projeto da ONU ? Organização das Nações Unidas, que tem frente parlamentar na Assembleia Legislativa e em várias câmaras de vereadores, além de comitês espalhados. Logo, a palavra foi para quem era de direito – mulheres, Promotoras Legais Populares Maria Inês Barcelos e Tânia Garcia, da ONG Feminista Themis, e Maristela Silva, coordenadora estadual do MMC ? Movimento de Mulheres Camponesas, que a Secretaria de Cidadania convidou para a Roda de Conversa do dia sete de março. Participaram mulheres, meninas e meninos do 8º ano da Escola Estadual Dom Feliciano, com a professora Berenice Duarte, que também tiveram a oportunidade de ver as exposições fotográficas Mulheres Documentos do Coração e Mulheres que fizeram a história, além de levaram sementes crioulas e mudas para casa ? atividade que contou com o apoio da EMATER/ASCAR, e materiais sobre violência doméstica.A Themis trata da questão Gênero, Justiça e Direitos Humanos. Maria é Promotora Legal Popular há 17 anos, atuando na área da violência contra mulher. ?Nosso trabalho é divulgar e empoderar as mulheres no serviço de atendimento às mulheres nas comunidades?, explicou. ?As Promotoras são capacitadas para entender de leis, cidadania e direitos humanos para que, ao acolher as mulheres, possam dar assistência na sequencia da prestação de serviços, porque não é só acolher as mulheres ? tem-se que dar encaminhamento para um CRAS- Centro de Referência de Assistência Social, CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social,  ou outro órgão, se for o caso?. O Secretário ressaltou que Dom Feliciano tem o CREAS, localizado ao lado da Secretaria, Rua Vespasiano Correa, 460, para dar acolhimento e direção para a mulher que sofre violência. ?As pessoas podem levar denuncias ou então utilizar o disque 100?, explicou. ?Se não quiserem se identificar, não é necessário?.Segundo ela, jovens menin@s podem ser multiplicador@s deste conhecimento. A ONG, por exemplo, oferece o curso Jovens Multiplicadoras de Cidadania ?para que existam mais e mais mulheres capacitadas e, portanto, empoderadas?.  ?É importante que, nas escolas ou grupos que pertencem dentro da própria igreja, possam estar falando desta questão da violência sem se calarem?, considera. ?É a partir da consciência dos jovens que vamos ter um adulto diferente, tendo jovens com este cuidado vamos possibilitar adultos transformados nesta questão da violência.?Maria salientou que nenhuma mulher deve sofrer violência por desconhecimento. ?Não se pode permitir que uma mulher morra por negação da violência, por se encobrir esta questão?, disse na roda. ?Se ela não puder denunciar por se sentir fraca, inviabilizada, então a denúncia tem que ser por outr@ – não se pode calar, nem estar invisível a estas questões?. A Promotora Legal Popular Tânia Mara salientou que a violência contra a mulher não tem classe, cor ou idade. Sobre a atuação, ela contou: ?uma vez uma doutora perguntou para mim, como uma pessoa simples sabe tanto de leis, artigos?? ?Respondi, não temos a graduação, mas temos a faculdade da vida?. Marta sugeriu ao Prefeito e Secretário que tragam o curso de formação de jovens no combate à violência para Dom Feliciano.?O curso de Promotoras Legais tem que ir para dentro das escolas, com os jovens?, disse. ?Fico emocionada de ver jovens se interessarem por saber o que é violência, que não é só física, mas psicológica e material também.”

Ativistas pelas mulheres querem participação de escolas e jovens