Às margens do Forqueta, alunos têm aula pública sobre a água

Em 21 de junho, aconteceu aula pública com os professores do IFSul, Campus Camaquã, Dr. André Luís Borges Lopes- História, Dra. Caroline Neugebauer Wille- Controle ambiental, Me. Isabel Gomes Ayres- Controle ambiental, e Dra. Yve Eligiêr Alves Gadelha- Biologia. Às margens do Arroio Forqueta, os professores tiveram conversa com os alunos sobre os vários aspectos da água como bem público necessário para a vida. Os alunos das escolas municipais Catulino Pereira da Rosa, Santa Teresinha, Vila Fátima, São João Batista e Padre Constantino também foram convidados para participar da Feira de Tecnologia e Mostra de Ciências do IFSul, que acontece em outubro, e do vestibular, cujas inscrições iniciam em setembro.A atividade foi organizada pela Secretaria de Educação, Esportes e Cultura e Departamento de Meio Ambiente da Prefeitura. O CONDEMA – Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente, e Vigilância Sanitária participaram com uma banca para pesquisa de opinião sobre a qualidade da água, fornecida pela CORSAN, no Município. O documento, que também objetiva ter caráter de abaixo-assinado, será encaminhado à Companhia.André discorreu sobre como as civilizações se moldaram aos corpos hídricos para se desenvolver e citou guerras hídricas que ocorrem na conjuntura atual. ?A água é a fonte da vida, muito mais que um recurso econômico, e temos que cuidar e preservar?, salientou. O Brasil possui uma das maiores reservas de água doce do mundo ? tanto em bacias hidrográficas, quanto aquíferos. ?São nossos o Aquífero Guarani e Alter do Chão do Amazonas?, considerou. ?Nós somos os degradadores desta água e podemos mudar isso?, disse. ?A história é feita por nós e estamos aqui, justamente, para discutir estas questões?.Em defesa da água?Precisamos ficar de olho nos políticos, porque hoje a legislação não permite que a gente venda estes reservatórios ? Guarani e Alter do Chão, mas como vocês devem ter visto na internet tem varias indústrias interessadas em explorar os nossos aquíferos?, alertou a professora Carol. ?Temos que fazer ações como estas que vocês estão fazendo, cobrando, por exemplo, que a CORSAN verifique a qualidade da água que a população está bebendo?.  A professora salientou que tudo depende de água, desde os processos biológicos, quanto tecnológicos e industriais. ?A nossa legislação coloca que a vida humana esta acima de tudo, mas não é o que acontece, ainda existe muita gente morrendo em função de doenças veiculadas pela água ou pela falta dela?, disse. ?Sem água não produzimos alimentos?. Caroline revelou que existem estimativas que, do jeito que estamos consumindo esta água, associada mudança de clima, em 2030 poderá haver uma quebra de safra de 70% dos alimentos. ?Vocês sabem o tamanho do Aquífero Guarani??, perguntou aos alunos. ?O aquífero guarani tem água para manter as pessoas do Brasil durante 2, 5 mil anos?. Ela ressaltou a necessidade, de cada um, promover ações em defesa da preservação das águas, como a necessidade das fossas sépticas. ?Hoje uma em cada sete pessoas não tem acesso à água, e temos 50% dos nossos reservatórios contaminados de alguma forma?, alertou. ?Se a água é tão essencial para o desenvolvimento humano e da sociedade, vamos continuar jogando nosso futuro ralo abaixo??.ContaminaçãoA professora Isabel, juntamente com a aluna do IFSUL, que faz estágio em Gestão Ambiental na Secretaria de Desenvolvimento Rural Sustentável e Meio Ambiente, Karolina Wenske Gayeski, fizeram uma demonstração visual de como acontece a contaminação das águas. ?Poluímos o Forqueta que vai para outro arroio, que vai para na Lagoa dos Patos e desemboca no mar?, explicou Isabel. ?A contaminação pode parar nas águas subterrâneas ou diretamente, deste manancial (Forqueta), para toda água que temos no planeta?. Ela explicou que esta contaminação influência a vida marinha, água subterrânea, além da água superficial.A água e o corpoE, a bióloga Yve salientou que a composição do corpo humano é basicamente água. ?Nosso sangue tem 81% de água na composição, nossos músculos – 75%, nosso pulmões – 86%?, explicou. ?Muitas reações químicas só são feitas por causa da água, somos seres biológicos e químicos e precisamos de água para fazer reações químicas dentro do nosso organismo?. Também o que é produzido pela indústria demanda muita água – 1kg de carne necessita de  17 mil litros de água,      1kg de manteiga – 18mil litros. ?Tudo que consumimos demanda muita água, por isso temos que utilizá-la com racionalidade?, alertou também Yve. ?Levam isso para frente dessa nossa aula aqui e aproveitem para admirar este cenário lindo e evitem jogar lixo, protejam o Forqueta, que é um recurso limitado importante para todos nós?.